(...)
Os Antigos tinham este fenómeno bem descrito e entendiam-no como uma das primeiras verdades da política: a de que o conflito tem tendência a sobrepor-se ao conteúdo. Acontecia muitas vezes grandes rivais políticos adoptarem cada um posições sucessivamente contraditórias, desde que pudessem continuar a opor-se. (...)
Em ano eleitoral como este, o conflito vai sobrepor-se ao conteúdo em diversos momentos, Os partidos do centro, mesmo governando de forma semelhante em muitos casos, vão apresentar-se como se não pudessem ser mais diferentes. Onde o povo de esquerda parece apresentar mais semelhanças, os seus líderes vão também agir com se não pudessem ser mais diferentes, e como se o voto usado no outro partido fosse uma irresponsabilidade, ou uma traição.
tudo isto é uma grande banalidade da política e da psicologia humana. Tão trivial que nunca sentimos necessidade de o dizer. Dito há tanto tempo que o podemos até esquecer. Tão esquecido que, afinal, talvez não seja má ideia lembrá-lo."
In Público, por Rui Tavares em Crónica sem dor
Wednesday, July 22, 2009
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