Saturday, December 29, 2007

Para ler em voz alta todos os dias ao acordar!

“You are the industry.
It’s not somewhere else or resting with someone else – you are it.
Your energy and enthusiasm is what the world wants.
Be yourself and realize that everyone you admire and dream of being like, felt exactly like you at some point. And just make a film.
The making will teach you everything you need to know. Then make another and another.
Soon you’ll be amazed at how much you know about making movies.”
from Greg Mclean, the director of Wolf Creek.

Amén!

bom. simplesmente bom.

O que falta dizer sobre Ambrósio, o Bruno diz.

Uma seríe Catita!

Ora aqui está uma prenda de Natal que curtia ter encontrado no sapatinho.
Mas agora que o Natal já passou e do meu desejo nada, não me importo de vê-la apenas na TV a uma hora qualquer. Por outras palavras, aguardo ansiosamente por: Um Mundo Catita.

Saturday, December 15, 2007

Uma festa mto boa.



A energia deste Senhor é muito contagiante, mesmo.

A festa de Natal da Show Off foi dos diabos. Estive quase para não ir por motivos profissionais, mas tudo se proporcionou.
Teria perdido momentos de muito boa disposição, performances de dança incríveis, um discurso histórico, 2 girls&1cup e muito mais.


Thursday, December 13, 2007

disse Nel Monteiro

"We shouldn´t cover with roses what in fact we call shit".
Ou ainda em bom português: "Não se deve tapar aquilo com flores. (...) Trampa é trampa. Falar em merda hoje já não é um palavrão, a merda é realmente uma porcaria onde milhões de pessoas vivem!
Falar de merda à frente de uma criança também não é qualquer problema. Problema é permitir que as crianças vivam no meio da merda! Isso é que é problema!"
in "Heavy Trailer" by Edgar Perâ

Quem não vê estas palavras como sábios pensamentos é porque tem merda nos olhos.

Sunday, December 2, 2007

disse Corintios

“Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência;mesmo que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tiver ‘AMOR’, não sou nada!”.
Corintios I (13.2)

Friday, November 30, 2007

Isto não se faz.

E pensava eu que tinha feito todas as maldades possíveis e imaginárias a uma cadela que tive. Este vídeo só prova que podia ter puxado mais pela imaginação e que não há limites...
Ok, mas isto também é demais :)
Veja Aqui

Wednesday, November 28, 2007

NoCommentTV no YouTube

A rubrica No Comment sempre foi dos espaços audiovisuais que mais gostei de ver.
Encontra-se no ar desde 1993 e lançou à pouco tempo o seu canal no YouTube.
Aqui encontramos desde os mais "fresquinhos" acontecimentos noticiosos um pouco de todo o mundo até ao fait-divers mais curioso.
Fica também o apelo aos utilizadores: "Qualquer pessoa pode ser testemunha de um evento noticioso que deve ser partilhado". No entanto, citando o próprio canal: "All you need to keep in mind are some basic rules for your NoComment:

No content that isn't newsworthy, no content that is manipulated, no content that is commercial or institutional, no content that is defamatory or contains copyrighted material, and foremost - No comments!"

De lamentar: a opção de bloquear a possibilidade de Blogar os Vídeos. Abrir um canal na Net e depois fazer isso é desvirtuar a natureza da própria Web. Por não dar de outro modo aqui fica directamente de Chiang Mai - Thailand o vídeo aqui

Tuesday, November 27, 2007

Assista a uma Revolução, sff.


Quem vai ao cinema ver Beowulf assiste, tendo consciência disso ou não, a uma verdadeira revolução cinematográfica.
Um verdadeiro abanão.
Os nossos sentidos são achincalhados. A maneira como nos habituados a ver Cinema é questionada e estilhaçada. Pelo menos foi mais ou menos o que eu senti.
A minha percepção agradeceu profundamente tamanha provocação. Talvez tenham tido um sentimento semelhante, as primeiras pessoas que viram Cinema com Som e a Cores.
Sem dúvida uma nova dimensão de Cinema.

A greve dos argumentistas - take 12

Os colegas pelas bandas de Hollywood unem-se em apoio aos argumentistas.
Este vídeo veicula o apoio dos actores.

"A Estrada"

Ainda só vou nas primeiras 30 páginas, mas já me sinto seguro em recomendar com toda a veemência este livro de Cormac Mccarthy, editado pela Relógio D'Água.
Até ao momento só vi cinzas, um pai e um filho.
"Nunca a violência do mundo foi tão violenta e radical e sem sentido como aqui" escreveu Mário Santos a propósito, atribuindo 5 estrelas ao livro.
O jornal britânico The Observer classificou-o como uma meditação sobre a morte. A morte individual e a morte da humanidade.



Deixo um trecho que já li:

"Atravessaram a cidade ao meio-dia. Estava quase toda queimada. Nenhum sinal de vida. Carros na rua incrustada de cinzas, tudo coberto de cinza e poeira. Rastros fósseis na lama seca. Um cadáver na soleira de uma porta seco feito couro. Arreganhando os dentes para o dia. Ele puxou o menino mais para perto. Apenas se lembre que as coisas que você põe na cabeça ficam lá para sempre, falou.

Você se esquece de algumas coisas, não se esquece?

Sim. Você se esquece do que quer lembrar e se lembra do que quer esquecer."

Friday, November 23, 2007

Eis o Convidado nº 10 dos "Os Incorrigíveis"

Quem quer ver as Produções Fictícias é só não andar a dormir. Estes Senhores estão em todo o lado. Ora são conteúdos para tudo o que é meio, provocando os agentes do mercado, ora são manifestações cívicas sob a forma de debates públicos, provocando a sociedade civil, ora são acções de formação, através dos seus workshops. Ideias e dinamismo são coisas que não parecem faltar. Empresas assim, hajam muitas.
Hoje descobri-lhes o dom para encontrarem pessoas com graves problemas de saúde.




Um dos vídeos mais interessantes que podemos encontrar em "Os Incorrigíveis"

Wednesday, November 21, 2007

Sugestão para a passagem de ano



Eis quando a simplicidade é sinónimo de um filme publicitário bom.

Friday, November 16, 2007

Persistência da memória.

Há memórias que persistem em ficar tão vivas dentro de nós que parece-nos ter sido ontem que vivemos esses momentos.
Quando um conhecido, nos tempos da universidade, me deu para ver um DVD com "A vida de Brian" dos Monthy Python, eu aceitei o filme com alguma desconfiança. Nunca gostei de tipos que ostentam o facto de conhecerem coisas que outros ainda não descobriram com uma arrogância desmedida. Como se fossem "o Escolhido".
À medida que fui vendo o filme fui ficando cada vez mais rendido, cada vez mais entregue.
E persiste-me na memória, tão nitidamente o contexto em que vi o filme. Em que casa, com quem, a que altura do dia, até o que tinha vestido. No final recordo-me perfeitamente de sentir um enorme contágio, cuja memória persiste.
Hoje enquanto faço o export de um trabalho em vídeo, em mais uma maratona pela noite, penso que todo o sacrificío pessoal poderá valer a pena se de facto o trabalho que fizeremos produzir algum contágio, produzir memórias que façam recordar. Terei conseguido? Não sei. Mas outros conseguiram comigo.

Álvaro de Campos escreveu:

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um.

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu."


Álvaro de Campos, 15-1-1928

e esta hein ?!...

Tuesday, November 13, 2007

aguardo por Sigur Rós.

atenção, o you tube é mto giro, mas ainda não conseguiu resolver a questão da qualidade. Tudo tem sempre uma qualidade de merda comparando com o original. Um dia o teremos o You Tube em HD. Pelo menos é o que espero.
Mas por agora veja o trailer apresentado antes aqui: http://www.heima.co.uk/video/ em HD.
É tão melhor...

Tuesday, October 30, 2007

para quem não está farto de bons filmes da Sony

lugares do costume

Chegado de férias vou aos lugares do costume.
Tive 10 dias fora e num dos blogs que admiro só tinham sido colocados 3 posts.
Um já li, os outros vou gerir, porque todos são tão bons que acho pecado devorá-los todos de uma vez.
Se ainda não foi e adora Cinema: http://blogdeblindness.blogspot.com/

Boa causa, bom filme.

Tuesday, October 16, 2007

Thursday, October 11, 2007

...

Somos tantas vezes apenas uma larva de Homem.

Monday, October 8, 2007

Wednesday, October 3, 2007

Eu quero ser pai!

Que eu saiba, estas vozes só são ouvidas por mulheres. Mas e daí.
Eu olho para os filhos dos outros e dentro de mim grita uma vontade:
EU QUERO SER PAI!
Toda a gente tem uma posição particular sobre o timing para ter os filhos.
Há 3 posições típicas. Uns não querem ter agora porque ainda tem muita vida parar curtir. O filho surge aqui como um fardo que ao nascer trará um manto negro que vai tapar o sol, pondo fim a toda a vida na terra. Esta é uma versão apocaliptica.
Outros dizem que agora não porque querem esperar pela situação financeira ideal. O filho surge como uma fonte de despesa e a altura certa para o ter será quando esse encargo extra puder ser suportado na perfeição. Se ganhassem o Euromilhões punham-se a fazer filhos e só paravam quando Portugal tivessem uma população maior do que a China.É a versão materialista.
Outros porque dá muito trabalho e agora não dá jeito. Talvez mais daqui a um bocadinho, dizem, quando eu deixar de ser preguiçoso.
Bom, eu sei que estou a simplificar, mas ouço muito isto.
Acho que para ter filhos o que é preciso ter é muito AMOR para DAR. Nunca ouço ninguém falar disto. "Agora não, mas assim que tiver Amor". É preciso AMAR e muito AMAR. De borla, de forma altruísta, a qualquer hora do dia e da noite.
Por isso, mesmo que já tenham curtido a vida toda, se não tiverem um AMOR do catano para dar, é pá, não se metam nisso.
Mesmo que sejam ricos como o caraças, se não tiverem AQUILO para dar aos molhos, é pá, esqueçam. Não vale a pena ter filhos. Joguem golf. Xiu... Calem-se!
Parece que estou a ouvir uma voz... "Eu quero ser Pai" Ah, é aquela voz outra vez.

disse Adolfo

«No creo indispensable tomar un sueño por realidad, ni la realidad por locura»
Adolfo Bioy Casares

Tuesday, October 2, 2007

Monday, October 1, 2007

Não seria perfeito?

“A coisa mais injusta da vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás para frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, livrarmo-nos logo disso. Depois iríamos viver num asilo, até sermos expulsos de lá por estarmos muito novos. Ganhávamos um relógio de ouro e íamos trabalhar. Assim, trabalhávamos 40 anos até ficarmos novos o suficiente para podermos aproveitar a nossa reforma.
Depois curtíamos a vida, bebíamos bastante álcool, fazíamos festas e preparávamo-nos para a faculdade.
Íamos para a escola, tínhamos vários namorados, ficávamos crianças, não tínhamos nenhuma responsabilidade, tornávamo-nos bebezinhos de colo, voltávamos para o útero da mãe, passávamos os nossos últimos nove meses de vida a flutuar.
E termina tudo com um óptimo orgasmo!
Não seria perfeito?”

Charles Chaplin

Ballet perfeito...

Thursday, September 27, 2007

Meu u Karaças!

Ninguém pode dizer de facto q um filme publicitário é seu. Ao dizê-lo manifesta apenas o desejo de que fosse, mas daí a sê-lo... Em última análise o filme é de quem paga por ele ou de quem exerce o poder de aprovação ao longo do processo, que nem sempre é o cliente/anunciante. A quantidade de pessoas ao longo do processo, desde o desenvolvimento do primeiro breifing à Pós-produção, que de alguma forma estiveram (ou deveriam ter estado) envolvidas na produção de um filme é grande. É um trabalho eminentemente colectivo. Mas este facto pode variar ou não em função do filme, porque umas vezes toda a gente dirá que o filme é seu, outras parecerá que ninguém lhe tocou.
Para mim ele é de todos os envolvidos, pelo que fizeram ou não fizeram pelo filme. Claro que há níveis de responsabilidade, mas acredito que tudo conta ou melhor tudo num filme ajuda a comunicar. Existem axiomas clássicos em Comunicação que convém não desvalorizar, tais como, "a realidade é criada pela comunicação", "tudo é comunicação" ou "é impossível não comunicar".
No fundo, talvez o que interesse é que cada filme encerra em si uma oportunidade de comunicação e que cada elemento envolvido pode dar um contributo relevante. Neste contexto, um dos papéis do realizador é o de gestor de talentos e energias alocadas a um filme.

Thursday, September 20, 2007

http://blogdeblindness.blogspot.com/

Enormes lições de Cinema em tom de conversa de café. Grande este Meireles.

Dragões Marinhos, Enguias Tropicais, Gavião-do-mar e etc.

Deus deve ter uma grande imaginação. Basta olhar para o mundo.
A oportunidade para fazer uma visita ao Oceanário de Lisboa nunca tinha surgido. No dia 9 de Setembro surgiu.
É impossível ficar indiferente perante a beleza de cada ser, com toda a sua cor, forma e demais pormenores.
Cada animal parece-me um poema.
Podemos construir grandes cidades, pintar belos quadros, criar carros cada vez mais velozes e participar em orgias cada vez maiores.
Se não preservarmos os tesouros que a Natureza concebeu, tudo terá sido em vão.








We have no more beginnings.
{George Steiner}

Monday, September 3, 2007

Do esgoto à cozinha - sonhos de um rato.

Facilmente nos apaixonamos por uma ratazana.
Basta deixarmo-nos contagiar pela forma como o sonho comanda a vida de Remy, em "Ratatui".
Será que deve correr atrás do seu sonho de ser um chefe de cozinha talentoso
ou regressar às suas origens como rato?

Divertido e inspirador q.b. é um filme muito interessante que aconselho não deixar escapar.


Thursday, August 30, 2007

...

"Não há noite tão longa que não encontre o dia"
Cardeal de Retz

Aprender

Aprende-se muito a ver filmes, mas a realizá-los aprende-se muito mais. Mesmo muito mais.
E o meu primeiro filme publicitário transformou-se nisso mesmo. Numa enorme lição. Sobre muita coisa.
No final, o desejo do costume: mais oportunidades para aprender.

Thursday, August 23, 2007

Wednesday, August 22, 2007

O teaser do meu primeiro filme.



Diz-se que, "Um grande fogo pode vir de uma pequena centelha" .


Agradeço a todos os que contribuiram para a sua realização.
Em especial, ao Alexandre, ao Luciano e à Elisa, por tudo.

Wednesday, August 15, 2007

Elogio do Amor

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso in Expresso

Love Proof




Este filme é uma prova de amor. Pelo Cinema.

Tuesday, August 14, 2007

O Homem é uma escada.

O Homem é como uma escada.
A escada pode ser usada para 2 coisas:
podemos usá-la para ir para cima e também para ir para baixo.
A escada é a mesma, mas o resultado em função do uso pode ser totalmente diferente.
O Homem é uma escada entre o céu e o inferno.

Tuesday, August 7, 2007

Vencer a inércia...

"Se ao menos tivessemos aquela câmara..."
"Em Agosto é melhor não avançar-mos com nada porque o país está parado..."
"Se calhar começavamos a preparar as coisas a pensar no próximo ano..."

A inércia é uma propriedade física da matéria. Considere um corpo não submetido à acção de nenhuma força ou submetido a um conjunto de forças de resultante nula; nesta condição esse corpo não sofre variação de velocidade. (...)
Podemos interpretar seu enunciado da seguinte maneira: todos os corpos são "preguiçosos" e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa.
Origem: Wikipédia.

Não tenho mais paciência para o discurso de todos os corpos dotados de massa. Livrem-se dessa merda. - pragueja Carlos depois de ter partido o espelho à sua frente.

Monday, August 6, 2007

Chegar aos 30 pode não ser tão dramático quanto isso.

Basta consultar as fotos da festa que quase dá vontade de chegar já aos 30.

http://lasouamigadorei.blogspot.com/

Mais uma vez: PARABÉNS!

Wednesday, July 18, 2007

O que desperta o desumano?

"Joana, de 11 anos, foi a última a ser assassinada. Estava a dormir, acordou com tiros e, assustada, tentou esconder-se debaixo da cama. O pai, que já lhe matara a mãe e a irmã, aproximou-se dela de revólver em punho. A menina, de cócoras no chão, morreu com uma bala na nuca."
in Correio da Manhã de 18-07-2007.

Que mais cruel existe do que o abrupto terminar do sonho de uma vida?

Um pergunta simples?

Quem é para si o maior vendedor de sonhos de todos os tempos?

Monday, July 16, 2007

Acordar

No Darfur, a criança que sonhava com a estrela acorda abruptamente, repleta de sangue, pelo som de uma metralhadora que rasga a sua casa, misturado com o vociferar da sua mãe, que é violentamente trespassada sexualmente por 3 Janjaweed. Um quarto elemento desta milícia avança com todo o seu ódio para cima da criança, assim que repara que ele acordou e não está morta. E segundos antes de mergulhar num inferno a criança avista a estrela através de uma janela que dá para o exterior da sua casa.

O Darfur é uma região no Oeste do Sudão onde rebentou um conflito armado desde Fevereiro de 2003. Desde então aldeias inteiras foram arrasadas e 400 000 pessoas morreram.

www.savedarfur.org
www.unicef.pt

Friday, July 13, 2007

Os sonhos alimentam a vida

Um dia enquanto sonhava, uma criança encontrou um estrela a quem perguntou: "Que tamanho tem o Universo?"
Olhando para o céu a estrela respondeu: "O Universo tem o tamanho do teu mundo."
Perturbada, a criança indagou novamente: "Que tamanho tem o meu mundo?"
A estrela respondeu: "Tem o tamanho dos teus sonhos."

Wednesday, July 11, 2007

Porquê?

Porque é uma súmula de momentos.
Desde o momento em que o espermatozóide vence a sua odisseia até ao momento em que baicamos. Pelo meio tudo o que importa são esses momentos. Os que aproveitamos e os que desperdiçamos.
Definem tudo.
Que o nosso quotidiano esteja repleto de "Kairos".
E que se lixem as coisas espectaculares feitas de tempos a tempos, que servem apenas para nos saciar de glória, escondendo a nossa inércia com a presença da sua memória. Que se lixem as soluções instantâneas e as promessas miraculosas.
"Nós somos aquilo que fazemos repetidamente", disse Aristóteles. Deixo aqui a minha suspeita de que apenas a revolução do quotidiano é a verdadeira transformação, é a verdadeira evolução...