Tuesday, March 31, 2009

Lua quieta

Lua quieta.

Silêncio.

Sombra sobre a terra.

Canção desnuda que agita espuma sobre a areia. Repete, surda, a ausência de palavras ou estruturas.

Lua livre para aparecer e desaparecer, para brilhar e sumir na escuridão.
Luz crescente e minguante, flexível, como sua alma sobre a terra. Em silêncio e suavemente, ou com o ímpeto da onda que faz chiar a areia. Assim, seu espírito é livre para trazer esquecimento ou consciência, purificação e destruição, fecundação e abundância. Assim como o som é livre para cantar e calar, assim seu espírito é absolutamente livre para vibrar ou aquietar-se. E atrás desse movimento, ciclo eterno de luz e escuridão, se cria um sentimento incondicional de compromisso com a vida, de aceitação dos momentos de luz e escuridão chamado amor, que da um carácter imortal a esta sua vida. Aqui, agora, existe o mesmo que sempre existiu e sempre existirá. O único que você é no fundo, este amor imortal de aceitar os ciclos da lua, os ciclos da vida, os ciclos da consciência.
Você é pura e unicamente amor, que às vezes se cala e às vezes sonha, que é silêncio e é som. Tudo é uno, tudo é amor: desnudo, simples e profundo. Sente este amor como um mel a acariciar seu corpo, como uma lua a derramar seus fios de prata envolvendo seu corpo. Isso que te envolve é o que você é. Isso que você é, é o que cria. Isso que cria é seu agradecimento para com a vida.

Viva,

atrás deste instante,

mais amoroso, real e criativo.

(Poema de Alberto Saiz, via mano João)

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